O artigo sintetiza e atualiza a palestra proferida pelo diretor da TV Comunitária do Rio de Janeiro, Francisco Soriano, durante o Seminário Internacional de Lutas contra o Neoliberalismo. A solenidade foi marcada pela entrega da Medalha Pedro Ernesto ao Jornal Inverta, na passagem dos 28 anos ininterruptos de sua publicação, ao alcançar sua 500a edição. Na ocasião, a mesa foi composta por Osvaldo Cardoso (Prensa Latina), Orvandil Barbosa (Congresso Nacional de Luta contra o Neoliberalismo), Bianka de Jesus (Jornal Inverta), Jacqueline Alves (Cooperativa Inverta), Diego Becker (Juventude 5 de Julho), além de Soriano. Trabalhou, na revisão e em pesquisa, a jornalista Fátima Regina Lacerda.

Cumprimento a mesa na figura da jornalista Bianka de Jesus e o auditório, saudando a presença do professor Aluisio Pampolha Bevilaqua.

Primeiramente, quero externar a felicidade de me encontrar aqui ao lado de obstinados e destemidos camaradas, para debater como derrotar o neoliberalismo e lutar por uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.

Confesso que fiquei surpreso, quando a diretora do CEPPES, a companheira e professora Georgina de Queiroz, em nome da organização deste seminário, convidou-me para compor esta mesa e solicitou também que discorresse sobre o tema Os Meios de Comunicação e a Resistência ao Golpe de 2016, já que muitos aqui poderiam melhor desempenhar esta tarefa. Tranquilizei-me quando percebi que a generosidade de todos pesou nesta indicação e,
lisonjeado, entendi como uma oportunidade para divulgar a TV Comunitária do Rio de Janeiro, Canal 6 da NET Rio, hoje presente na cobertura deste histórico evento, com a presença amiga dos diretores Edson Munhoz, Emanuel Cancella e Paulo Gomes. é, sobretudo, em nome da TV Comunitária que agradeço.

Este ato de resistência não deixa de ser revestido de festa, na medida em que temos sim que comemorar, com justa alegria, os 28 anos do nascimento do Jornal Inverta e do lançamento da sua 500a edição.
Sobre o Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais – CEPPES, quero render uma especial homenagem pelo trabalho junto às organizações operárias, populares, culturais e esportivas, buscando elevar a consciência e a preparação de lideranças até a conquista da cidadania plena, através de assessoria, comunicação, elaboração de projetos e pesquisas.

Fico imaginando, em meio a tantas adversida- des, o quão heróico tenha sido manter um jornal com uma linha editorial de oposição ao sistema capitalista! Então, como não pensar nos jornalistas, repórteres, fotógrafos, diagramadores, gráficos, divulgadores, distribuidores, fornecedores, todos obstinados trabalhadores com uma inabalável convicção no socialismo, proclamam: Inverta – palavra de ordem contra a escala de valores do capitalismo!

A história da criação e consolidação do Jornal Inverta que hoje comemora 28 anos, guarda muita semelhança com a da TV Comunitária do Rio de Janeiro, já com 23 anos completados em 30 de outubro próximo passado. Foi a segunda TV Comunitária a operar no Brasil, depois do Canal de Porto Alegre, transcorrido um ano de promulgação da lei que criou os canais de acesso público.

Depois de muitos anos de lutas pela democratização dos meios de comunicação, os canais de acesso público, notadamente os comunitários, constituíram uma importante conquista da sociedade brasileira, notadamente as camadas mais pobres e carentes de uma informação mais isenta, plena e confiável. Surgiram da necessidade de muitos de nós, atores sociais excluídos da grande imprensa, oligopolizada e concentrada, nas mãos dos “coronéis das mídias”.

Queríamos e queremos produzir, criar, administrar a própria programação, construir a nossa narrativa.

Nesses 23 anos, exercitar a democracia em todas essas fases – produção, administração, criação, definição de programas e difusão de conteúdos – tem sido um desafio e duro aprendizado. Tivemos altos e baixos. Dificuldades extremas a superar. A sustentação econômica tem sido uma delas.

As elites, que dominam esse país há mais de 500 anos, colocam cada vez mais empecilhos à democratização da mídia, impedindo nosso acesso a verbas públicas, ao controle de canais abertos e agora querem proibir até os canais públicos, como a TV Brasil. Imaginem o que planejam para nós, representantes das comunidades, associações, sindicatos, movimentos sociais ou apenas cidadãos na liberdade de direitos.

As novas tecnologias introduziram recursos que, em grande parte, preencheram alguns de nossos sonhos, expressos nas primeiras experiências de TV de rua, antes mesmo de os canais comunitários se tornarem realidade. A possibilidade de interação entre o produtor e o receptor da mensagem é uma delas. Hoje o whatsApp, o Facebook, Instagram, Twitter, Linkedin e outros recursos surgem a cada momento e facilitam enormemente essa interação. Somos todos, simultaneamente, produtores e receptores de informações.

Nos últimos anos, os canais comunitários não chegaram a evoluir como gostaríamos. Não deram conta de expressar toda diversidade sufocada e extraída dos meios de massa oligopolizados, elitistas, monocórdios e que, apenas de alguma forma, concedem poucas oportunidades para a fala dos tantos setores oprimidos da sociedade brasileira.

Nós também não conseguimos ainda cumprir inteiramente esse papel, seja por falta de recursos financeiros, técnicos e humanos. O mais difícil a enfrentar são as pedras colocadas no caminho, por essas mesmas elites excludentes que sentem pavor, um medo terrível da democratização da mídia, por constituir, sem dúvida, uma ferramenta indispensável para a libertação dos povos.

Na gênese da luta pela democratização da mídia, pela produção e acesso de todas e todos à informação, o que almejamos é expressar essa diversidade, incluir e dar visibilidade à narrativa do negro, do índio, da mulher, do jovem, do portador de deficiência, do operário, do vendedor ambulante, dos homoafetivos, do morador de comunidade e da população de rua, das diversas religiosidades, enfim, de todos os segmentos do povo brasileiro. Esta sempre foi e continua sendo a nossa principal bandeira.

A TVC-RIO tem conquistas que merecem destaque. Possui sede própria e está absolutamente em dia com suas obrigações tributárias, trabalhistas e encargos sociais, podendo tirar qualquer certidão negativa de débitos em qualquer das esferas governamentais. Já atingiu grandiosas realizações. Está 24 horas no ar, em dias úteis e feriados, possui perfil no Youtube, Facebook, Instagram e um aplicativo para acesso online ao vivo para o mundo inteiro.
A programação da TVC-RIO, com produção semanal, comporta uma dezena de núcleos que abordam livremente artes, divertimento, lazer, política, jornalismo, ciência e tecnologia, carnaval, religião, saúde pública, esporte, educação, cultura.

Onde as ações e os interesses do povo estiverem, presente estará a TVC-RIO.

No entanto, pouco se avançou. A força dos oligopólios é avassaladora. O capital sabe do poder estratégico do controle da informação, não raro apropriando-se do nosso discurso e invertendo significados.

Agora a Luta é por Sobreviver

Alguns canais comunitários, desgraçadamente, fecharam por falta de recursos financeiros, outros foram comercializados por direções oportunistas ou desonestas e perderam sua função comunitária. Este risco sempre existe.
Renegociar um contrato com qualquer empresa de mídia comercial, como a Rede Globo, seria mexer em uma casa de marimbondos, haja vista a maciça presença em todos os recantos do Brasil e de indiscutível competência técnica, que serve à elite excludente e conservadora. O alcance de seus programas é avassalador, embora em declínio na disputa com o segmento ultraconservador que domina, sobretudo, os canais religiosos, com predomínio dos neopentecostais. Ainda assim a Globo lidera.

Em qualquer lugar público: portaria, boteco, bar, restaurante, hospital, barraco, hotel, aeroporto, rodoviária, salas de espera de médicos e dentistas, onde possa estar o povo, lá estará um televisor, simples ou sofisticado, acompanhando o sistema Globo de rádio, jornal e TV, com uma linha editorial martelando, dia e noite, seja nas novelas, noticiários, filmes ou documentários, o mesmo discurso neoliberal contra os trabalhadores, promovendo as privatizações das empresas públicas, defendendo as reformas trabalhista, previdenciária, fiscal e tributária sob a ótica do capital liderado pelos EUA. Noticiando não a verdade do fato, mas a versão mais conveniente do fato, sem direito ao contraditório.

A Vitória de Lula e o Golpe contra Dilma

Antes de alcançar a presidência, Lula se elegera, em 1986, deputado federal constituinte com a maior votação do país. Posteriormente, à frente de um partido estruturado nacionalmente, disputou, pelo Partido dos Trabalhadores (PT) por três vezes a presidência da República. Contra Collor de Mello em 1989, Fernando Henrique em 1994 e, novamente contra Fernando Henrique na reeleição de 1998, eleitos principalmente, em função do apoio da imprensa hegemônica, contratada pelo grande capital.

Em 22 de junho de 2002, Lula assinou a Carta ao Povo brasileiro, lida durante encontro sobre o programa de governo do PT, comprometendo-se a cumprir, caso eleito presidente, os contratos assinados por governos anteriores. Silenciava sobre uma saída socialista para a crise e acenava para um amplo diálogo, com paz e conciliação nacional para se alcançar um desenvolvimento sustentável com distribuição de renda, reformas populares, inclusive a agrária, dentro da normalidade democrática e constitucional.

Em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva eleito presidente do Brasil, com votação recorde de 50 milhões de votos, tomou posse. Na sua chapa como vice-presidente, um empresário progressista, senador pelo PMDB por Minas Gerais, José Alencar, do chamado centrão, que representava a maioria do Congresso Nacional e com apoio de significativos setores da imprensa nacional. Reelegeram-se em 2006, em segundo turno, derrotando o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Ao terminar seu mandato, Lula registrava o mais alto índice de aprovação da história do Brasil de um ex-presidente: 87%.

No seu ministério, uma mulher economista, ex-presa política nos Anos de Chumbo, destaca-se na pasta das Minas e Energia e, posteriormente, enquanto Ministra-Chefe da Casa Civil, talvez o mais importante dos ministérios, gerenciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos em obras públicas de meio trilhão de reais, previstos para um horizonte de quatro anos.

Com indicação e total engajamento de Lula, fiel a mesma composição de forças do Governo Lula, Dilma, tendo Michel Temer como candidato a vice, tornou-se a primeira mulher eleita presidente da República na História do Brasil, para o período 2011-2014. Já em 2014, a mesma chapa se reelege com pequena margem de votos para a gestão 2015-2018.

Dilma Rousseff jamais havia assumido nenhum cargo eletivo. Ao contrário do presidente Lula, que contava com um vice progressista e defensor dos empresários nacionais. O vice da presidente, Michel Temer, tinha um passado duvidoso e comprometido, era uma raposa que servira à ditadura, ao governo do Fleury Filho, como Secretário de Segurança de São Paulo e a Fernando Henrique, como base de apoio parlamentar e presidente de Câmara Federal. Temer reclamava, para justificar sua adesão ao golpe, que não passava de uma simples figura de decoração no governo. Aliou-se aos conspiradores, levando a banda podre do PMDB a formar a maioria necessária para a aprovação do impeachment de sua colega de chapa.

Dilma era tecnicamente muito competente, extremamente trabalhadora e digna, todavia, faltou-lhe habilidade política para manter a coesão das forças políticas do governo anterior. Não procurava e pouco ouvia os movimentos sociais, sindicatos, parlamentares, governadores e a própria população. Mesmo no próprio PT, provocou muitas divisões atribuídas a importantes e sérias decisões tomadas sem consultar as bases, como o leilão do Campo de Libra na Província do Pré-Sal.

Em setembro de 2013 estourou no mundo inteiro a denúncia de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, reveladas por Glenn Greenwald, jornalista norte- -americano residente no Rio de Janeiro, com base nos documentos publicados pelo jornal inglês, The Guardian, vazados pelo ex-funcionário da NSA, Edward Snowden.

Dentre vários chefes de Estado espionados, achava-se a presidente Dilma e a Petrobrás, naquele ano muito em destaque, face a descoberta e início de exploração do Pré-Sal, espionagem que gerou forte reação da presidente, a ponto de recusar o convite do presidente Obama de visitá-lo nos Estados Unidos e assinar uma nota denunciando a violação da soberania nacional.

O Gigantesco Campo de Libra

À época do leilão do Campo de Libra, os Estados Unidos, que nunca reconheceram a soberania marítima brasileira além de 12 milhas náuticas, colocaram sua 4a Frota, equipada com armamento nuclear, navegando pelas nossas costas para nos intimidar, clamando o direito de disputar e explorar o Pré-Sal.

Dilma detinha poderes legais para transferir, diretamente, sem leilão, para a Petrobrás o Campo de Libra, já em operação, com gigantescas reservas; cobiçadíssimo pelas multinacionais americanas. Não resistindo às pressões, Dilma, em outubro de 2013, anunciou o leilão deste campo gigantesco. Secretamente, entabulou uma parceria da Petrobrás com mais três empresas internacionais, oriundas de nações detentoras de armas nucleares: a China (com a CNPC e CNOOC); a Inglaterra (com a Shell) e a França (com a Total), para juntas efetuarem um lance que arrematou o leilão.

Os EUA amarguraram tal derrota, mas jamais desistiriam de assumir o petróleo brasileiro e a própria Petrobrás. Ficaram convictos de que com o governo popular jamais conseguiriam lograr tal objetivo.

Posteriormente, em junho de 2014, sem licitação, o governo Dilma transferiu, diretamente para a Petrobrás, quatro campos (Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi) da área do PRÉ-SAL na Bacia de Santos. Gesto de coragem que teria provocado a ira dos magnatas do petróleo. Verdadeiramente, mais um motivo para derrubá-la.

Em 2012, a presidente Dilma assinou talvez seu mais valente ato do governo: a regulamentação do canal de televisão digital e aberto para todos os mais de 5.500 municípios brasileiros, que contariam com duas TVs Comunitárias (Canais da Cidadania) com tais avanços. Imaginem mais de 11 mil TVs Comunitárias com sinal aberto, com gestão popular, espalhados pelo Brasil. Mais um motivo para derrubá-la!

Infelizmente, somente uma única TV Comunitária, a de Salvador foi concedida e inaugurada com tais potencialidades. Desde o golpe, não foi autorizada nenhuma outra concessão.

O segundo mandato da presidente Dilma Rous- seff foi marcado por um ambiente de ódio, não somente contra ela, mas, principalmente, contra toda a esquerda, provocado por uma radicalização da direita nacional e internacional, inconformada com a derrota, nunca assumida. Partiram para sabotá-la, como já o fizeram contra Getúlio Vargas e João Goulart, em 1964, nos campos: político, com o Congresso, via “pauta bomba”; no Judiciário, com a Operação Lava Jato do juiz parcial Sérgio Moro; no midiático, mobilizando toda grande imprensa, batendo com uma só linha editorial: “impeachment já”, eufemismo para o golpe desfechado descaradamente contra a presidente em 31 de agosto de 2016, à semelhança do processo sofrido pelos presidentes Zelaia, de Honduras, e Fernando Lugo, do Paraguai.

Ao assumir o poder, Temer implementou uma política contra os interesses nacionais e populares. Acertou um pagamento, por parte da Petrobrás, de uma indenização de R$15 bilhões aos acionistas de Nova Iorque; entregou a Petrobrás Distribuidora (BR), o caixa da Petrobrás; “privatizou” tudo que pôde do patrimônio público da União; assinou a Reforma Trabalhista que rasgou a CLT; aprofundou a recessão com a Emenda Constitucional do teto de gastos, a chamada PEC da Morte; entregou a Base de Alcântara para os EUA; extinguiu os Ministérios da Cultura, das Comunicações, das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos; renovou a concessão com a Rede Globo. Execrado e com o pior índice de avaliação da nossa história, entregou a presidência a Jair Bolsonaro, em 31 de dezembro de 2018.

Mídia Alternativa

Antigamente, muitos de nós, jovens, sonhávamos em nos entrincheirar no mato, em um morro e jurar “mato ou morro” empunhando uma metralhadora para enfrentar as injustiças.

Hoje, na pseuda paz em que vivemos, o mato e o morro são as redes sociais e a metralha os smartphones para nos mobilizarmos, trabalharmos em fóruns, agora de forma organizada e disciplinada.
é importante pensar que essa mídia alternativa haverá de nos unir, ajudar a resolver nossas divergências, sem negligenciarmos o combate ao inimigo.

Ademais, temos que aproveitar as contradições e fazer política de frente para avançarmos, como queria o mestre Ulisses na elaboração da Constituição de 88.

O capitalismo é espertíssimo. Não o venceremos sem uma prática inteligente.

Sei que a direita não é exemplo para ninguém, muito menos a extrema direita, liderada por Trump, no mundo, e por Bolsonaro, no Brasil.

A indústria das fake news, comandada pelo estrategista de campanhas políticas Steve Bannon, garantiu a vitória dos ultraconservadores Donald Trump, nos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro, no Brasil. Bannon valeu-se de informações colhidas no Facebook e no whatsApp para manipular a opinião de eleitores indecisos, recorrendo a mentiras deslavadas contra seus adversários. Usou do mesmo expediente em apoio ao então candidato e agora do primeiro-ministro inglês Boris Johnson, que consolidou a saída do Reino Unido da União Europeia. Bannon também está por trás da exitosa carreira de dois outros políticos ultraconservadores europeus, o italiano Matteo Salvini e o húngaro Viktor Orbén.

Esses fatos recentes mostram a relevância da mídia e do seu controle, não só na definição das narrativas hegemônicas, mas também na definição das diretrizes sociais, econômicas e políticas. O uso abusivo e imoral dos recursos da Internet surpreendeu a própria direita liberal. O que dizer das classes que vivem do trabalho.

Claro que falo da união de todos para atingir um objetivo; não das indignidades e ilegalidades que cometeram para chegar ao poder.

Não se pode subestimar a importância dos órgãos de divulgação dos sindicatos, alguns com boletins com edição e distribuição, no mínimo semanal, chegando algumas categorias, como a dos bancários, petroleiros e metroviários, a contar com jornal semanal impresso, além de rádio e TV wEB, abordando não apenas assuntos específicos da categoria, mas, de outras tantas em lutas em nível de Brasil e de mundo, dentro do espírito da solidariedade de classe.

As Federações de Trabalhadores e Centrais Sindicais contam com uma imprensa alternativa mais abrangente, tomando a si a responsabilidade de unificar a luta dos trabalhadores, dentro de uma linha estratégica e tática, como a luta contra o neoliberalismo, refletido nas propostas de reforma trabalhista, da previdência, política, além de apoiar todas as categoriais em suas demandas e bandeiras, usando todos os possíveis meios de divulgação, em articulação com todas as forças políticas no campo progressista.

Importante mencionar que muitas associações de trabalhadores e movimentos populares criaram seus próprios órgãos de comunicação, que marcam sentida presença na imprensa alternativa. Só para começar, cito o MST com o Brasil de Fato.

Menção especial aos heroicos comunicadores da Mídia Ninja, com atuação em centenas de cidades, numa rede descentralizada, transmitindo ao vivo pela Internet para o mundo e produzindo conteúdo usando celulares e unidades móveis, com portal de notícias presente nas redes sociais.

Então, quando a direita apelou para a tática do golpe aberto para tomar o poder, ficou evidente que a esquerda, mais uma vez, não havia criado os próprios meios de comunicação de massa, suficientes para enfrentar a grande imprensa, tão bem batizada, pelo inesquecível Paulo Henrique Amo- rim, como o Partido da Imprensa Golpista (PIG). Foi assim em 1954, em 1964 e se repetiu em 2016.

Tenhamos calma revolucionária. O inimigo que enfrentamos é o mesmo que derrotou a ex-União Soviética. Usaram novas técnicas golpistas conjugando law fare (trapaças jurídicas) e fake news (notícias falsas), prisões, torturas e até assassinatos contra as forças populares – mais uma vez, nossa homenagem à vereadora Marielle e ao motorista Anderson.

Mesmo com todas as adversidades, diria que temos fustigado terrivelmente o adversário com as ferramentas das mídias sociais. Só no que diz respeito a sites e blogs, diria que dispomos de milhares, representativos de variadas tendências políticas ou ideológicas de opiniões. Alguns trazendo, diariamente, notícias, análises e estudos. Abaixo segue uma lista de parte dos mais antigos e conhecidos sites e blogs do campo popular, entre os que habitam a Internet, com o respectivo link.

1. Jornal A Verdade: http://averdade.org.br
2. Mídia Ninja: https://ninja.oximity.com
3. A Pública – http://www.apublica.org/
4. Le monde diplomatique Brasil – http://www.
diplomatique.org.br/
5. Brasil 247 – http://www.brasil247.com/
6. Revista Fórum – http://www.revistaforum.com. br/
7. Brasil Debate – http://brasildebate.com.br/
8. O cafezinho – http://www.ocafezinho.com/
9. Passa Palavra – http://www.passapalavra.info/
10. OEscrevinhador http://www.revistaforum. com.br/rodrigovianna/geral/37912/
11. Melhores Links da mídia alternativa: http:// osmelhoreslinksdamidiaalternativa.blogspot.com. br/
12. Blog do Sakamoto – http://blogdosakamoto. blogosfera.uol.com.br/
13. Balaio do kotscho – http://noticias.r7.com/ blogs/ricardo-kotscho/
14. Luis Nassif – Jornal GGN – http://jornalggn. com.br/luisnassif
15. Revista Carta Capital – http://www.cartaca- pital.com.br/
16. Tijolaço – http://www.tijolaco.com.br/blog/
17. Carta Maior – http://www.cartamaior.com.br/
18. Blog Brasil 247 – http://www.brasil247.com/
19. Paulo Moreira Leite – http://paulomoreira- leite.com/
20. Blog Teoria Versus Prática – http://teoriaver- suspratica.blogspot.com/
21. Projeto Brasil Nunca Mais – http://dhnet.org. br/memoria/nuncamais/index.htm
22. Memórias Reveladas – http://www.memorias- reveladas.gov.br
23. Carlos Brickmann – http://www.brickmann. com.br/artigos.php
24. Observatório de Imprensa – http://observa- toriodaimprensa.com.br/ 25. Pragmatismo Político – http://www.pragmatismopolitico.com.br/
26. Diário do Centro do Mundo – http://www.
diariodocentrodomundo.com.br
27. Socialista Morena – http://www.socialistamo- rena.com.br/
28. Conversa afiada – http://www.conversaafiada. com.br/
29. Blog do Miro – http://altamiroborges.blogs- pot.com.br/
30. Pátria Latina – http://www.patrialatina.com.br/
31. Blog do Rovai – http://www.revistaforum.com. br/blogdorovai/
32. Jornalistas livres – http://jornalistaslivres.org/
33. Viomundo – http://www.viomundo.com.br/
34. Vermelho – http://www.vermelho.org.br/
35. Rede Brasil Atual – http://www.redebrasila- tual.com.br/
36. Esmael Morais – http://www.esmaelmorais. com.br/
37. Blog da Cidadania – http://www.blogdacida- dania.com.br/
38. Marcelo Auler – http://www.marceloauler. com.br/blogosfera/
39. Geledés – http://www.geledes.org.br/
40. Sul 21 – http://www.sul21.com.br/
41. MST – http://www.mst.org.br/
42. CUT – http://www.cut.org.br/
43. Outras Palavras: http://outraspalavras.net/
44. Instituto Lula: http://www.institutolula.org/
45. Brasil da Mudança – http://www.brasildamu- danca.com.br/
46. Opera Mundi – http://operamundi.uol.com.br/
47. Claudemir Pereira – https://www.claudemir- pereira.com.br/
48. Debate Progressista – http://www.debatepro- gressista.com.br
49. Esquerda Valente – http://aesquerdavalente. blogspot.com.br/
50. Sputnik News – http://br.sputniknews.com/
51. Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão
de Itararé – http://www.baraodeitarare.org.br/
52. Brasil de Fato – http://www.brasildefato.com. br/
53. A Casa de Vidro – http://acasadevidro.com/
54. O Blog do Demodê – http://grupo-demode. tumblr.com/
55. Plantão Brasil – http://plantaobrasil.net/de- fault.asp
56. Instituto Vladimir Herzog – http://vladimi- rherzog.org/
57. Instituto João Goulart – http://www.instituto- joaogoulart.org.br/
58. Blog do Leão – http://oleaodaesquerda.blo- gspot.com.br/
59. Jovens de Esquerda – https://jovensdees- querda.wordpress.com/
60. Imprensa – http://www.imprenca.com
61. Dom Orvandil Moreira Barbosa – http://cartas- profeticas.org/
62. Jornal Inverta – http:// inverta.org
63. Emanuel Cancella – emanuelcancella.blo- gspot.com
64. à Esquerda – aesquerda.blogspot.com
65. Bob Fernandes – www.pimenta.blog.br/tag/ bob-fernandes
66. – The Intercept Brasil – https://theintercept. com
68 – TVT, Seu Jornal – www.tvt.org.br/program- ming/seu-jornal

Porque Venceremos

Sou otimista. Convicto de que venceremos o capitalismo até por uma questão econômica. Trata-se da liberação de “forças produtivas”.

No capitalismo, existe o preconceito quanto a inúmeros trabalhos, como o braçal, não considerado pela burguesia como nobre, que deixa de ser executado. No socialismo, tem-se a plena consciência de que todo trabalho é de fato digno.

O capitalismo jamais poderá manter empregada toda população economicamente ativa, porque planeja sempre manter o chamado exército de reserva de mão de obra para chantagear o trabalhador a aceitar baixos salários. Já o socialismo insere 100% da força de trabalho no ciclo produtivo.

Somos poucos, à semelhança daqueles 82 revolucionários do barco Granma que subiram a Sierra Maestra. Todavia, com determinação, união e sabedoria, obrigaremos o inimigo a ceder o espaço a que legalmente temos direito nas comunicações.

Encerro lembrado uma frase heroica do comandante Che Guevara, um idealista e mártir pela liberdade dos povos, escrita no seu diário na Bolívia: “Um guerrilheiro vale por 200 soldados”.

Referências

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AQUINO, Rubim Santos; VIEIRA, Fernando Antônio; AGOSTINHO, Carlos werneck Agostinho; e ROEDEL Hiran. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais; da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. Record, Rio de Janeiro: 2000.
ARBEX, José. O jornalismo canalha. São Paulo: Casa Amarela, 2003.
. Showrnalismo – A notícia como espetáculo. São Paulo: Casa Amarela, 2003.
ARÊAS, João Braga. As batalhas de O Globo: ditadura militar, Lula x Collor, privatizações e a vitória do PT em 2002. Curitiba: Prismas, 2015.
GIANOTTI,Vito & SANTIAGO, Cláudia. Comunicação sindical, a arte de falar para milhões. Petrópolis: Vozes, 1997.
LOBÃO, André. Lobotomia e Comunicação. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2013.
SANTIAGO, Cláudia. Experiências em comunicação popular no Rio de Janeiro ontem e hoje. Rio de Janeiro: NPC, 2016.
SODRÉ, Muniz. O monopólio da fala: função e linguagem da televisão no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.